segunda-feira, 13 de junho de 2022












Esvaziar-se, esse é um dos exercícios que o filósofo clínico pratica a fim de dar espaço à singularidade daquele que busca a terapia. Parece um paradoxo, após anos de estudos e pesquisas chegar à conclusão de que “nada saber” é o melhor caminho para ir ao mundo do outro. Entendemos que não somos dono da verdade e que como cita Lúcio Packter: “aquilo que uma pessoa sente, vive, afirma, imagina, faz – isso é assim para ela -, independente de ser compartilhado com as outras pessoas, de ser aceito, criticado, ironizado, proibido e assim por diante. ” 

A Filosofia Clínica nos ensina a escutar a singularidade e fazemos isso destronando toda a bagagem de pré-conceitos ou pré-juízos que carregamos, não trazemos conosco as verdades normativas que ditam como alguém deve ser, agir e viver. Na terapia em Filosofia Clínica o objetivo é o SER.

A cada forma de linguagem, a cada movimento, expressão ou olhar, o terapeuta está atento e escuta. Sim, a escuta! A escuta é crucial em terapia, através dela o filósofo auxilia o partilhante a se encontrar e ou a se descobrir, Hélio Strassburger diz em seu livro Filosofia Clínica - Anotações e Reflexões de um consultório que: "Acredito que a maioria das pessoas tenha a sua melhor versão à espera nalgum recanto de si mesma”. Isso é o que me move a ser terapeuta, contribuir para essa descoberta, para esse encontro. O poetinha Vinicius de Morais bem disse: “A vida é a arte do encontro”, em Filosofia Clínica é o encontro de si mesmo.


Paula Prizo

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